sibilante floresta meu amigo
canta na noite quando não estás
a casa é uma rocha de silêncio
de tédio neste chão escavado
pelo tempo de nos amarmos
por tanto tempo
bloco de notas para deitar fora
sibilante floresta meu amigo
do teu silêncio
desenho o grande olho negro
agonizas inundado de tédio
chegaste pela manhã a contar um sonho
chegado o dia ao fim
minha irmã puro sangue
estamos parados no meio da terra
e se os dias arrastam
chegado ao fim da rua encontro um beco
traz-me de novo os teus braços
partem-se espelhos
no tempo em que colhías amoras
há não sei quantos milhões de anos
resistimos às lágrimas
fica-se sempre parado se o sol nasce
se não for memória a mulher será invenção
to elsinore
uma linha no chão
um anjo há-de ser azul e erguer-se da terra