a ferro quente na pele
uma marca de tempo
no silêncio a desistência
do entendimento
corro para os teus braços
não chego corro
que dourada estrada
sob os pés olho não percebo
o escuro do sono dormir
bloco de notas para deitar fora
a ferro quente na pele
um lenço lilás ao vento
antes que a noite chegue
não há inocência na tua pele
nasce uma febre dentro do corpo
há dias assim
dos dias restam pequenas marcas
toca-me nestas mãos sobre a mesa
hoje trazia as mãos cheias de cravos
há lá fora um imenso desabrochar de vida
se um homem se senta e ri
hei-de acomodar-me a esta
beijo as minhas mãos sobre os teus olhos
chove pedra sobre os meus ombros
hoje morreu uma mulher que não conheci