Tuesday, April 18, 2006

intanquila certeza percorre este corpo
esta irónica brisa arrasta o calor da terra
densa húmida pesada de sol de música
em passos de dança caminhas meu amor
tão leve que os montes são etéreos perfis
esqueço as árvores centenárias as raízes
profundas a atravessar a rocha submersa
a sede das grandes árvores solitárias
a meus olhos a minhas mãos não chegam
as nuvens pesadas de branco e negro
são apenas flores primaveris as manchas
de sangue das papoulas nascidas dos teus passos

Wednesday, April 12, 2006

não sei que linhas na palma da minha mão te trouxeram aqui
que silêncio é este iniciado no primeiro momento da tua chegada
este brusco entendimento que alagou o chão a nossos pés
os teus olhos novos surpreendentes luzes no meio do dia
o meu sorriso estampado na tua cara esta alegria contida
esta mão no meu ombro que do outro canto da sala envias

Sunday, April 09, 2006

crescem asas assombrosas a quem ri
da tragédia diária da morte perpétua
em cada corpo alado o enigma se repete
longas penas escarlates riem do dia
ignorados estes seres dormem nas ruas
semicerrados nas casas poderosos
voam sobre a cidade guardam o segredo
encantatório do riso desesperado

Saturday, April 08, 2006

estas paredes invisíveis levantadas
à força de silêncio e medo
de que guerra anunciada nasceram
de que mágoa antecipada defendem
esta cortina de bruma entre cada rosto
de que rio se ergueu este engano
de que coração nasceu este frio